terça-feira, 25 de março de 2008

"Mão na cabeça, vagabundo."

Nesta semana o Governo Federal lançou uma cartilha intitulada “A polícia me parou. E agora?”. O intuito é informar a população sobre como se comportar diante de uma abordagem policial. Instruções como “não toque no policial” e “não corra”, além de direitos do cidadão, compõem o informativo.

Que a abordagem policial é importante, já que ninguém tem “BANDIDO” estampado na testa, e que, por conta disso, pessoas que andam em conformidade com a lei ora ou outra terão de ser revistados, ninguém pode negar. E mais: as pessoas deveriam considerar isto como algo positivo (que demonstra a busca do Estado por foras-da-lei). Além disso, super válida também é a idéia de informar alguns direitos do cidadão neste momento, como o de só poder ser preso se em flagrante delito ou por determinação judicial.

Mas será que os policiais também sabem se comportar durante uma abordagem? Não seria necessária a confecção de cartilhas para aqueles que, por vezes, se distinguem dos foras-da-lei apenas pela farda que vestem? Ah, todo mundo ta careca de saber que, muitas vezes, a polícia abusa da população. Há gente honesta que tem mais medo de uma abordagem policial que de uma por bandidos. Não to defendendo os infratores da lei. Sei que o Brasil é o que é, no quesito violência, pela benevolência para com a criminalidade. Mas é que me revolta ver a nossa polícia, suja como pau de galinheiro, botando banca. Primeiro temos de limpar o nosso quarto, para em seguida limparmos a casa.

Então, sugiro a elaboração de uma cartilha direcionada aos “defensores-da-lei”. O título poderia ser, talvez, “Sou policial. E agora?” ou talvez “O cidadão tem direitos. E agora?”. Seria composto de 5 lições rápidas.

Lição número 1 – Palavras e expressões como “obrigado” “por favor” “com licença” e “boa noite” também fazem parte do seu vocabulário. Use-as;

Lição número 2 – Para pedir que se afaste as pernas ou se encoste a cabeça no muro, basta fazê-lo verbalmente. Não há necessidade que se quebrar as pernas ou a testa do abordado;

Lição número 3 – Filhos de juízes, coronéis, políticos e dos seus vizinhos da frente também podem cometer ilícitos. Tratem todos “iguais perante a lei” como a própria Constituição manda;

Lição número 4 – Aprenda o que é uma Constituição;

E, por fim,

Lição número 5 – Cada um paga seu próprio “cafezinho” de R$150,00. Experimente pedir sem creme. Fica bem mais em conta.

Desculpem-me aqueles que são ou têm parentes policiais que andam na linha. O intuito não é agredir ninguém. Mas sim de proteger a moral, a ética e os bons costumes que andam em falta nesse Brasilzão, onde as autoridades tripudiam sobre a desinformação e a impotência da população.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito legal esse texto...só assim para eu ficar com a consciência pesada por não assistir jornal!!Ácho que vc tem um "quê" de William Douglas na forma de escrever!!

bjok

Unknown disse...

retire o acento da letra "A" do acho.Não sei como ele apareceu aí!!