quinta-feira, 10 de julho de 2008

Paciência de Jó

Devo mesmo estar ficando velho. Na idade acho que não, afinal duas decadazinhas passam num piscar de olhos, mas ando tão sem paciência ultimamente. Hoje fui fazer uns serviços bancários. Ando indo muito ao banco ultimamente – não que eu tenha muito dinheiro pra movimentar –, e descobri que ir ao banco é um exercício de paciência sem tamanho.

Se você vai ao caixa eletrônico, SEMPRE, mas SEM-PRE haverá um senhor que demorará 10 minutos pra conseguir achar a opção “Saldo em Tela”, mais 10 pra voltar na opção “Extrato Mensal” e mais uns 5 conferindo dia após dia do seu pequeno papelzinho ali mesmo, no caixa. E você ali atrás, com o calcanhar no chão e batendo a ponta do pé numa tentativa involuntária e frustrada de liberar sua energia e pressa. Ah, e se quase chegar a sua vez esse velhinho não aparecer, calma, ele chegará.

Agora se você precisa resolver seu problema no caixa normal (aquele sem ser eletrônico) ou com o gerente você tem mais um problema: a porta giratória. Tá, eu sei que é pra nossa segurança aquilo, mas me dá muito ódio quando ela pára e solta aquela frasezinha “deposite os objetos metálicos ou magnéticos blablablabla” (nunca fiquei pra ouvir o final da mensagem). Você deixa o celular naquela caixinha junto com 3 molhos de chaves, outros celulares, carteiras, calculadoras e afins... Volta e, CLAC, a porta trava novamente... Deve ser os 20 centavos que você tem no bolso. E, na terceira tentativa, CLAC. A vontade que dá é tirar a roupa, porque, quem sabe o zíper da minha calça esteja desautorizado a passar naquela bosta de porta giratória?! Mas aí, depois de 5 minutos e muito bom-humor perdido, vem um vigilante com a mão sobre a arma e pede pra ver a sua (minha) mochila. “Meu Deus... dai-me paciência.”. Quem esse cara pensa que é pra revistar as minhas coisas?! A vontade que dá é pedir pra que ele chame a polícia para revistar a mochila porque um curso de 6 meses no “Esparta” não dá a ninguém autoridade de revista não. E se uma mulher (ou até um homem) tiver um pinto de borracha na bolsa?! Ou uma cueca de oncinha?! Ou ainda um CD do Latino?! Tem que passar pela vergonha de mostrar prum cara que nunca viu. Mas você precisa entrar e quer, o mais rápido possível, sair dali, então você abre a mochila, mostra todos os seus pertences a um desconhecido e entra.

Você entra se forem 11:00. Porque se não você tem que esperar um estabelecimento que só abre no fim da manhã. Mas isso não é o pior. O pior é que abre às 11 e às 12 metade dos funcionários vão almoçar. E você fica ali, numa fila gigantesca, que, ao invés de aumentar para trás, aumenta para frente com mulheres que pegam filhos de outras emprestados, homens que levam a mãe idosa para fazer os seus serviços bancários, senhores que, para cantar descaradamente e olhar pra bunda da mulher da fila são garotões, mas pra pegar fila, estão definhando. E você ali, observando a cara de pau daquela mulher que realmente está grávida: de 3 MESES! Bicho, a minha mochila ta muuuuuuuuuuuuuito mais pesada que aquela barriga, que na verdade várias outras pessoas na fila tem uma igual, quiçá maior, só que sem ter um bebê dentro. Mas é assim, e se você reclamar capaz dela tirar o teste de farmácia da bolsa e te mostrar. Não tem jeito. Você tem que engolir tudo e esperar 50 minutos algum dos 2 guichês que estão funcionando (de 10 que deveriam estar) te chamar e depositar 50 reais numa conta, o que vai gastar 2 minutos.

Sofrimento... muito sofrimento... Felizes os que guardavam seu dinheiro no colchão...

2 comentários:

Anônimo disse...

Mais um excelente comentário sobre as “burocracias” que já se tornaram para o povo brasileiro como completamente normais, devendo sim ser totalmente vilipendiadas e excomungadas para sempre para longe de todos nós.
Poxa! Acabei que não conversei com você sobre o que queria naquele dia lá na Bruna, mais um dia desses vou pegar dois Metrôs, uma Van, um Mototaxi, quatro Ônibus, uma balsa e vou até sua residência papear, hehehe
Abração!

Anônimo disse...

tem um amigo meu que fala que o brasleiro adora uma fila! cada dia q passa me convenço mais disso! Queria saber onde foi parar aquele papo de no máx 30min na fila!!

abraço!!